[RESENHA] O QUE TOCA O CORAÇÃO, DE SILVIA SPADONI

[RESENHA] O QUE TOCA O CORAÇÃO, DE SILVIA SPADONI

Sinopse: “Tudo o que Sebastian Whrigt, conde de Nottinghan, deseja é trazer à vida de sua jovem irmã um pouco de alegria e interesse pela temporada na Corte. Para isso está disposto até mesmo a aturar os caprichos de uma petulante professora de piano. Flora precisa de trabalho. Com um inverno rigoroso à frente, ela não será capaz de suportar meses com pouco carvão e lenha insuficiente. O convívio com a doce Emma compensaria a arrogância e o orgulho de Lorde Sebastian, símbolo de tudo que ela mais menospreza na nobreza. O que ambos não esperavam é a inexplicável atração que surge quando a convivência se intensifica e explode numa situação imprevista. Porém a aristocracia possui suas exigências e o casamento com uma jovem malnascida não está entre os planos de um conde. Por outro lado, Flora jamais se permitiria viver como amante depois do exemplo que teve dos pais.Será possível a nobreza de caráter ser mais valorizada do que a nobreza do sangue? Poderá a beleza da alma cativar mais do que a aparência física?”

 

Corro o risco de me repetir a cada resenha de um livro da Silvia Spadoni, mas não tem jeito: ela tem o dom e domina a técnica, seus romances são garantia total de puro deleite! O que toca o coração, que foi publicado inicialmente em e-book de forma independente, sendo sucesso instantâneo na Amazon, logo teve o seu potencial descoberto pela Qualis Editora, que o publicou no formato impresso. Nada mais justo para uma história maravilhosamente linda, delicada e um prato cheio para os amantes de um bom romance de época.

Sebastian Whrigt, o Conde de Nottinghan, com o intuito de estimular em sua irmã mais nova, Emma, o interesse para a temporada na Corte, além de fazê-la superar um triste episódio (lembra um pouco Geogiana Darcy, de Orgulho e Preconceito), contrata os serviços de uma talentosa — e petulante — professora de piano. Flora é uma apaixonada pianista que precisa batalhar por seu sustento. Extremamente admiradora de Bach, despertou a atenção de Emma (e de Sebastian) em um recital em que tocara apaixonadamente uma das composições de seu autor favorito.

O que era para serem apenas lições de piano torna-se algo mais: Flora passa a ser também dama de companhia de Emma, para ajudá-la em sua temporada na Corte. Emma tem uma leve deficiência que a faz andar com um pouco de dificuldade, mancando.  Com a nova atribuição, a pianista muda-se para Mansfield House, a residência do Conde de Nottinghan.

Flora tem um conceito bem sólido sobre a aristocracia: para ela, são pessoas frias que vivem de aparência, talvez com raríssimas exceções. E é esse o juízo que ela faz de Sebastian, o conde arrogante, acostumado a ter todas as suas ordens cumpridas de pronto. A convivência, entretanto, provará a Flora que existe algo mais por trás da máscara de conde. E não será fácil para Lorde Sebastian ignorar o encanto natural da pianista.

A amizade entre Emma e Flora é instantânea e sincera, algo muito positivo no romance. De certa forma, as duas dividem o protagonismo do livro, embora obviamente Flora e Lorde Sebastian tenham mais destaque. Os amigos Sebastian e Harry, assim como Flora e Emma são um paralelo gostoso de acompanhar. As histórias deles são igualmente apaixonantes e delicadas.

Se você já leu algum livro da Silvia, deve saber que é impossível largar o romance até que ele chegue ao fim. Apesar de todos os fatores em contrário, a forte atração entre Sebastian e Flora os desafiará não só suas emoções, mas também o que eles têm como certo em suas vidas. Será o amor capaz de vencer as convenções sociais e os pré-conceitos? Afinal, o que é necessário para tocar um coração?

 

“À vontade e sem expectadores, Flora deixou-se transportar para um mundo de sonhos. De olhos fechados e lábios entreabertos, seu corpo oscilava no compasso da melodia. Com paixão, entregou-se à música como se estivesse se entregando a um amante há muito desejado. Por minutos seu corpo flutuou e ela sentia apenas o amor correr por suas veias, até que os últimos acordes soaram. Suavemente ela retirou as mãos do teclado e abriu os olhos.

Lorde Sebastian, os cabelos desalinhados, a boca cerrada e os olhos refletindo um oceano de emoções, estava parado à sua frente. A camisa de seda branca aberta no colarinho deixava entrever os músculos do tórax, as longas pernas envoltas por botas de couro ligeiramente abertas… Ele parecia um deus… ou um demônio!

Flora sentiu o coração se acelerar no limite do suportável, as entranhas se contorcendo na antecipação do desconhecido. A razão lhe dizia para sair dali, porém seu corpo traiçoeiro e curioso a mandava ficar.

Corajosamente não fugiu, apenas levantou-se e sustentou o olhar.

Lentamente o conde percorreu os poucos metros que os separavam.” (p. 77)

 

O que toca o coração é um romance sem personagens extremamente lindos e perfeitos, o que é maravilhoso. E o fato da música de Bach ser uma constante na história faz tudo ser ainda mais especial. Ao término, na impossibilidade de abraçar a autora, você, assim como eu, vai acabar abraçando o livro, que tem tudo para ser tornar um queridinho na sua estante.

 

 

 

Título: O que toca o coração

Autora: Silvia Spadoni

Editora: Qualis

Páginas: 188

Compre na Amazon: O que toca o coração

Ou no site da Qualis Editora

 

Leia mais da autora: Um amor conquistado; Um amor inesperado Um amor apaixonado.

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