[RESENHA] A VOLTA DE MARY POPPINS, DE P. L. TRAVERS
Sinopse: “Se você já leu Mary Poppins, não pode perder A volta de Mary Poppins! Se não leu nenhum dos dois, está esperando o que para começar essa viagem em dose dupla? Mary Poppins está de volta à família Banks – e com ela por perto a rotina se transforma em aventura! Uma babá na gaiola, o segredo dos bebês, as reviravoltas da segunda segunda-feira do mês, a noite de folga… Aproveite bem essa viagem mágica e misteriosa, antes que a corrente se quebre. Publicado em 1935, A volta de Mary Poppins é um clássico para crianças e adultos. Essa linda edição traz o texto integral em bem-cuidada tradução, uma ótima apresentação e todas as ilustrações originais de Mary Shepard! E ainda cronologia de vida e obra de P.L. Travers. A edição impressa apresenta capa dura e acabamento de luxo.”
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Quem conhece sabe: Mary Poppins não é dada a explicações. Quase da mesma forma em que os ventos mudaram e ela deixou as crianças Banks no número 17 da Cherry Tree Lane, a babá volta pela linha da pipa de Michael, saída de trás de uma nuvem, em uma tarde qualquer. E maiores explicações não são necessárias. Mary Poppins voltou e tudo se tornará mágico outra vez.
“Àquela altura, acima das árvores mais altas, a forma na ponta da linha já era nítida. Não havia sinal da Pipa amarela e verde: em seu lugar, dançava uma figura a um só tempo estranha e familiar, uma figura de casaco azul com botões dourados e um chapéu de palha com margaridas. Sob o braço, ela trazia um guarda-chuva com uma cabeça de papagaio à guisa de alça, e uma mala feita de tapete marrom balançava em uma de suas mãos, enquanto a outra segurava firme na ponta da linha que encurtava.” (p. 34)
“Eles ficaram olhando por um bom tempo
Então assentiram um para o outro. Sabiam que não tinham nada a dizer, pois havia coisas sobre Mary Poppins que eles jamais poderiam entender. Mas ela estava de volta, e isso era tudo o que importava.” (p. 45)
A Volta de Mary Poppins (Zahar, 2018) é uma leitura tão prazerosa quanto a do livro anterior. É impossível não nos sentirmos como as crianças Banks, com uma alegria, uma satisfação e a certeza de que viveremos novas e grandiosas aventuras com uma das babás encantadas mais adoradas do mundo (para mim, empata com Nany McPhee dos filmes).
O filme da Disney, Mary Poppins Returns (2018), certamente motivou não só a edição no formato bolso de luxo da editora Zahar (linda, por sinal), como também outras edições e reimpressões mundo afora desse segundo, de oito livros, escritos por P. L. Travers com as histórias de Mary Poppins. Aqui acho importante ressaltar que esse é um dos casos em que o livro é bastante diferente de sua adaptação. Em A Volta de Mary Poppins, a babá volta para o número 17 da Cherry Tree Lane, ou seja, para a família Banks, apenas algum tempo depois de sua primeira passagem pela casa. Jane e Michael estão um pouco mais velhos (mas ainda crianças), assim como os gêmeos John e Barbara (que não aparecem no filme clássico da Disney). A Volta de Mary Poppins é composto por dez contos mais ou menos independentes entre si. As histórias são fechadas, dá para ler uma ou duas por dia, mas a leitura flui melhor se você ler o primeiro livro e, depois, este segundo.
Veja também: trailer legendado de Mary Poppins Returns (2018):
É difícil escolher, mas eu realmente gostei do capítulo/conto número quatro, Topsy e Turvy de pernas para o ar. Nessa história vemos o quanto a nossa vida pode mudar para melhor mesmo quando achamos que tudo está de ponta cabeça. Em uma segunda segunda-feira, dia em que as coisas parecem programadas para dar errado, tudo pode mudar. E para melhor! A Cotovia da Srta. Andrew me pareceu uma forma de justificativa para o jeito severo do Sr. Banks no primeiro livro. É um conto incrível sobre provar do próprio veneno. Os contos de Mary Poppins e A Volta de Mary Poppins estão sempre tentando nos passar uma lição, mas de uma forma doce, bem humorada e sutil. É uma leitura também para refletir, sem dúvidas!
“— Que pena não podemos ficar no Carrossel para sempre! — disse Michael, colocando Barbara ao lado do irmão.
Mary Poppins olhou para eles por um momento. Seus olhos estavam estranhamente suaves e amorosos na penumbra que adensava.
— Tudo o que é bom acaba — disse ela, pela segunda vez naquele dia.” (p. 317)
Independente de qualquer diferença, ou do bolorento duelo livro versus filme, Mary Poppins é uma personagem tão cativante que, depois de conhecê-la você estará sempre ansiando por mais uma aventura, mais uma história, seja com uma colher de açúcar ou com a severidade no olhar de quem só nos quer bem.
Sobre a edição da Zahar, A Volta de Mary Poppins tem tradução e uma ótima apresentação de Bruno Gambarotto, inclui mais de cinquenta ilustrações originais de Mary Shepard e contém a cronologia de vida e obra de P. L. Travers, além do projeto gráfico lindíssimo. Vale muito a pena, para crianças de todas as idades.
Título: A Volta de Mary Poppins
Autora: P. L. Travers
Tradução: Bruno Gambarotto
Editora: Zahar
Páginas: 336
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