[RESENHA] UM BERÇO DE HERAS (AS ESTAÇÕES, LIVRO II), DE ANNA FAGUNDES MARTINO

Sinopse: “Belfast, 1924. Um homem acusado de assassinato põe um presídio inteiro em pânico: como é possível que nasçam flores e plantas de dentro de uma fria cela de concreto? Na tentativa de investigar o caso, um capitão do Exército vai se deparar com um mundo desconhecido – e com fantasmas que ele desejava ter esquecido.”

 

Por razões diversas, apesar de ter lido logo no lançamento — e gostado muito de — Um berço de heras, segundo livro da série As Estações, de Anna Fagundes Martino, publicado pela Dame Blanche, acabei não fazendo resenha desta noveleta. MAS, como nunca é tarde para indicar uma boa leitura, e com o lançamento do terceiro e último livro da série, Os filhos do pôr-do-sol, resolvi reler A Casa de Vidro e Um berço de heras, para relembrar os detalhes das histórias e matar as saudades dos personagens. O primeiro livro já tem resenha por aqui, então seguem abaixo as minhas impressões sobre o livro dois da série As Estações.

Um berço de heras é uma leitura deliciosa, é importante dizer logo de cara. Consegue ser um livro ainda melhor que o primeiro, pois já estamos habituados aos personagens e ao universo botânico dos seres feéricos criados pela Anna. É como ler uma fábula com toques de poesia e romance, uma narrativa que prende até leitores não habituados aos livros de fantasia.

O ano é 1914, e um oficial da Guarda Irlandesa chamado Éamonn Delaney ressuscita de forma bastante estranha — se é que existe uma forma comum de ressuscitar, — assustando a todos que presenciaram o fato em Mons, na Bélgica. Simplesmente, como quem acorda depois de algumas horas de sono, Éamonn foi encontrado sentado em seu caixão, seus olhos arregalados e sem foco, segurando o rosário de contas verdes que haviam colocado nas mãos dele. Um fato tão incomum quanto este, obviamente, logo espalhou-se como um milagre, além de boatos sobre a santidade de Delaney.

Dez anos depois, Stella, que nós conhecemos no primeiro livro, fica extremamente preocupada com uma notícia que vê no jornal: o ex-oficial da Guarda Irlandesa Éamonn Delaney, preso acusado pelo assassinato de um policial e conhecido pela alcunha de Jardineiro de Crumlin Gaol, está envolvido em mais um caso de mistério e magia. Sem explicação alguma, o presídio foi invadido por ramos de heras e flores de vários tipos, como uma floresta selvagem — e linda — que pouco a pouco vai tomando conta de todo lugar.

 

“Era o equivalente a um jardim botânico transferido para dentro de um armário de vassouras. O carcereiro se persignou outra vez, mãos trêmulas; Nigel Hastings deu um passo para trás, tão pálido que Mark quase ergueu o braço para apoiá-lo. O perfume vindo da cela derrubaria uma pessoa mais fraca: era mais forte que dez estufas, do que mil florestas.”

 

Mesmo um humano que tivesse tido contato com os seres do outro mundo não seria capaz de tal coisa, com tanta intensidade. Mas, como nem sempre os caminhos seguem linha reta — na verdade, nunca seguem, — fatos e personagens se misturam como se fossem, verdadeiramente, um emaranhado de heras. Uma ótima leitura!

 

“Sua gente sentia-se atraída pelo que lhe faltava e os humanos, por sua vez, se atraíam pelo que havia de sobra neles.”

 

 

 

Título: Um berço de heras (As Estações, livro 2)

Autora: Anna Fagundes Martino

Editora: Dame Blanche

Páginas: 84

Compre na Amazon (disponível para assinantes Kindle Unlimited): Um berço de heras.

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