Sinopse: “Moça bela e prendada que não se sujeitou ao casamento numa época em que muitas opções eram negadas às mulheres Emily Dickinson dedicou-se depois de adulta a uma vida de completa reclusão tendo passado mais de vinte anos sem sair de casa e sem receber visitas. Suas únicas tarefas eram cuidar da mãe doente cozinhar e cultivar flores exóticas além é claro de fazer versos. Nos bolsos do avental ou do vestido branco que costumava usar havia sempre lápis e papel e entre uma ocupação e outra ela rabiscava os seus poemas. Alguns deles eram passados a limpo em cadernos outros eram enviados a amigos e parentes com os quais ela se correspondia e outros ainda na forma de esboços ou de rascunhos quase indecifráveis eram engavetados. Foram assim encontrados depois de sua morte uns na mais completa desordem outros em mãos de terceiros. O trabalho de edição de sua obra coube de início a um crítico literário Thomas Higginson que não apreciava a sua poesia e por mais de uma vez a havia aconselhado a não publicá-la e à amante de seu irmão Mabel Loomis Todd que ela se negara a conhecer pessoalmente. Editados e formatados ao gosto de cada época os poemas de Emily Dickinson tornaram-se ao longo dos anos um sucesso de vendas e foram aos poucos conquistando a crítica literária que antes via nela uma simples “poetisa’ de ocasião cujos versos “estranhos’ e “difíceis’ não se enquadravam nos ideais estéticos da poesia lírica e que hoje a consagrou como uma das maiores expressões da literatura universal.”
Emily Dickinson (1830-1886) foi e ainda é um grande mistério. Sabe-se que ela tinha uma vida reclusa, não se casou e mantinha nos bolsos de seu avental, ou do vestido branco que costumava usar, lápis e papel onde escrevia seus poemas. Sua obra passou a ser de conhecimento do grande público após o seu falecimento e o sucesso e o reconhecimento vieram bastante tempo depois disso. Hoje, a autora é considerada uma das maiores expressões da literatura universal.

“É tudo que hoje tenho para dar-te –
Isto – e meu coração –
Isto, e meu coração, e mais os campos
E prados na amplidão –
Não te percas na conta – se eu esqueço
Alguém tem de lembrar –
Isto, e meu coração, e cada Abelha
Que no Trevo morar.”
Emily Dickinson, A Branca Voz da Solidão. Tradução de José Lira.
A Branca Voz da Solidão, publicado pela Editora Iluminuras, é uma ótima edição para ter na estante e ler ocasionalmente. Os poemas de Dickinson foram traduzidos por José Lira, grande conhecedor da biografia da autora e de sua obra, tendo publicado, também pela Iluminuras, o título Emily Dickinson: Alguns poemas, finalista do Prêmio Jabuti de 2007. A publicação é bilíngue e acompanha um belo marcador de páginas em sua orelha, o qual não tive (e certamente não terei) coragem de destacar.
Título: A Branca Voz da Solidão
Autora: Emily Dickinson
Tradução: José Lira
Editora: Iluminuras
Páginas: 352
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